dia das crianças chegando, todas infantilizam no avatar, e eu cá pensando que, passada a ressaca eleitoral, amanhã teremos outra votação, a votação de um projeto que pode causar um impacto tremendo nas vidas de um em cada três menores no brasil, filhos de pais separados.
todos temos o direito de recomeçar. principalmente, nossos filhos — alguns mal chegam a começar direito e já se veem numa situação com a qual nem seus pais conseguem lidar.
eis a mais frágil das minorias, senhoras e senhores.
amanhã: dia de votar, portanto. infelizmente, não seremos nós, pais separados que sentimos na própria carne a angústia nos olhos dos nossos filhos, ainda que só na lembrança. é uma responsabilidade que, infelizmente, não nos cabe. está nas mãos dos digníssimos senadores que (não) elegemos há quatro, oito anos.
mas podemos, sim, botar pressão. manifestar nossa opinião no site do senado federal já seria um bom recomeço. hoje, portanto: dia de votar.
pais e mães alienados, feministas, gays, negros, brancos fracassados, naturalistas, ciclistas, umbandistas, hipsters dessa terra tão varonil: não somos apenas 1%. ninguém aqui quer dar uma de “poucos e bons” (não nos comparemos aos fundamentalistas que sequer fazem ideia do que seja uma família fora da caixa). somos bem mais e queremos o direito de termos um filho, acompanharmos o crescimento dos nossos filhos, participarmos da educação deles pra que eles, sim, possam engrossar esse caldo daqui a cinco, dez anos. quem sabe, não acabamos chegando aos 51%?
presente maior no próximo domingo não há.
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adendo: a votação foi transferida pro dia 28 de outubro, dois dias após o segundo turno.
outro adendo: e segue sendo adiada…
mais um adendo: no dia 26 de novembro, enfim, o PL foi aprovado em caráter de urgência pelo Senado. obrigado, senhores.