Escrito em junho de 2016, o trecho abaixo é o prólogo do meu próximo romance, ainda sem nome (carinhosamente apelidado a título provisório de Em nome da filha), que tem como temas principais a alienação parental, conceito proposto por Richard Gaardner nos anos 1980, e a legalização das drogas. Como pano de fundo, a disputa pelo controle do narcotráfico entre direita e esquerda dos anos 1970 aos dias de hoje, em especial na região amazônica, a corrupção nos Três Poderes (da base ao topo) e o estado policial rumo ao qual caminhamos desde as Jornadas de Junho de 2013. Vale frisar: Fidel morreu horas depois do acordo de paz entre as FARC e o governo colombiano ser enfim ratificado, em 25 de novembro de 2016. Em nome da filha é meio que a continuação de Eu, cowboy, estando mais para um universo paralelo ao apresentado no meu romance de estreia.
o “trecho abaixo”, aqui no blog do IMS.
em tempo: os massacres ocorridos em Manaus e Boa Vista no começo do ano nada mais foram do que a tomada de território por parte do PCC (aka Alexandre de Moraes) após a queda das FARC e, consequentemente, da Família do Norte — facção que controlava a região amazônica com o respaldo dos guerrilheiros colombianos. estamos muito perto de ver as pontas soltas sendo amarradas com: a prisão da família de Fernandinho Beira-Mar, quem, pressionado, acabará dando com a língua nos dentes; a delação de Joesley Batista acerca das milícias cariocas, ainda sob sigilo; e Eduardo Cunha.
em tempo dois: esse texto também faz parte de “Destrópicos: 20 cuentos latinoamericanos”, coletânea organizada por Katia Gerlach e que vem sendo traduzida por Juan Pablo Villalobos (EUA/México/Brasil, DíazGrey).